quinta-feira, 16 de abril de 2015

Vendas do Polo Industrial de Manaus caem 14% em fevereiro

PIM faturou R$ 6,36 bilhões em fevereiro deste ano, contra R$ 7,41 bilhões em igual mês de 2014

MANAUS - O faturamento do Polo Industrial de Manaus (PIM) caiu em moeda nacional 14,21% no último mês de fevereiro, na comparação com o mesmo período de 2014. Os números foram divulgados pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). De acordo com a autarquia, a indústria amazonense faturou o montante de R$ 6,36 bilhões, contra R$ 7,41 bilhões em igual mês de 2014. Na comparação em dólares, o decréscimo foi ainda maior: -27,39%, também ante o mesmo mês do ano passado (US$ 2.26 bilhões contra US$ 3.11 bilhões).

No acumulado dos dois primeiros meses de 2015, o faturamento em reais chegou a R$ 12,69 bilhões, representando recuo de 8,92% ante o mesmo intervalo de 2014 (R$ 13,93 bilhões). Já na comparação com janeiro deste ano (6,32 bilhões), porém, houve um aumento de 0,52%. Na avaliação do superintendente em exercício, Gustavo Igrejas, os números de fevereiro devem ser analisados em conjunto com os dados apresentados pela conjuntura econômica brasileira. “Fatores como inflação alta, aumento de preços, retração de investidores impactam na falta de confiança de consumidores. E como mais 90% da produção do PIM é destinada ao mercado nacional, nossa indústria é impactada com esse cenário de desaceleração”, explica.
O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nélson Azevedo tem a mesma opinião. Azedo explica que o resultado negativo no faturamento do PIM são consequências da conjuntura nacional. Para o vice-presidente, além da queda no faturamento da indústria, a crise de confiança na economia brasileira poderá representar retração no nível de emprego. “Estamos vendo os reflexos da situação econômica do País. Estamos vivendo um cenário de muitas incertezas com redução da produção e redução das vendas. Na economia do Estado do Amazonas não tem nenhum setor que não esteja passando por dificuldades ou redução de custos –e isso acabará tendo reflexos nos níveis de empregos”, alertou.
Quanto à mão de obra, a Suframa informou que nos dois primeiros meses do ano ocorreram 8.496 admissões e 8.572 demissões, gerando, portanto, deficit de apenas 76 vagas. O mês de fevereiro, especificamente, encerrou com um total de 115.311 trabalhadores empregados, entre efetivos, temporários e terceirizados. Em 2014, o segundo mês fechou com 126.595 vagas. No acumulado do ano, a média mensal de empregos está em 115.958 postos, contra 122.100 do ano passado. Apesar dos atuais números relativamente positivos na questão do emprego, Nelson Azevedo mantém o pessimismo.
O vice-presidente da Fieam acredita que a crise ainda deverá se agravar nos próximos meses. “Não tenho dúvidas de que não temos perspectivas boas para o futuro. Acredito que o próximo trimestre será tão difícil ou pior do que estamos vivenciando agora. Lamentavelmente não temos boas perspectivas”, finalizou.
Setores
Ainda segundo os números da Suframa, o subsetor de Eletroeletrônico continua como o maior responsável pelo faturamento total do PIM, com 30,86% de participação. Contudo, sem o apelo “Copa do Mundo”, os vários tipos de televisores apresentam recuo na produção ante aos dados atingidos no bimestre de 2014. Os televisores com tela de plasma, por exemplo, tiveram queda de 98,69% e os com tela LCD/LED 35,47%. Com relação às TVs de plasma, no entanto, a Suframa destaca que alguns fabricantes já haviam anunciado que não produziriam mais este modelo.Outros setores mais contribuíram com o faturamento total do PIM em fevereiro foram, respectivamente, os subsetores de Duas Rodas com 16,77% e Bens de Informática, 16,38%.
Em comparação com o bimestre de 2014 os segmentos que apresentaram crescimento de faturamento, em real, no acumulado do ano foram: Mecânico (11,27%); Bens de Informática do Polo Mecânico (100,17%); Papel e Papelão (16,64%); Químico (9,96%); Têxtil (57,46%); Mobiliário (23,89%); Ótico (6,62%), Brinquedos (1,67%) e Diversos (69,60%).

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