Vamos supor que você é um
consumidor urbano, que tem uma ligação residencial bifásica em razão de seus
arcondicionados operarem em 220 Vac. Porém Todos os outros equipamentos
elétricos precisam de suprimento de energia em 110 Vac. Feito o levantamento
detalhado do consumo o valor médio mensal calculado é de 380 Kwh/mês. O pico
máximo de consumo anual foi 432 Kwh/mês em agosto, tradicionalmente o mês mais
quente do ano. Então resumindo as informações de consumo temos:
Tipo de ligação – bifásica
( 110 Vac F/N e 220 Vac F/F)
Consumo médio anual – 380
Kwh/mês
Pico de consumo - 432 Kwh/mês
O próximo passo é
determinar qual será a forma de acionamento do gerador: a força do vento; a luz
(radiação solar); ou acionamento mecânico.
Em razão do objetivo deste
grupo que é projetar geradores eólicos, o vento será o acionador, através de
turbinas com pás dimensionadas para alcançar potencia suficiente para atender
com folga a demanda de consumo e carregar um banco de baterias. Constituindo
uma fonte de reserva de suprimento nos momentos de baixa velocidade do vento
e/ou ocorrências programadas ou não. A potencia necessária do gerador será
calculada em função do consumo:
A potência horária será:
A potência que o gerador vai alcançar depende da potência que a
turbina eólica consegue extrair do
vento. Para conhecer o comportamento do vento em sua região consulte o atlas do
potencial eólico brasileiro e veja se as velocidades do vento, em sua região,
permitem à turbina alcançar a potência que seu consumo exige. Em projetos de
turbinas eólicas, por padrão estabelecemos que a velocidade mínima do vento a
partir da qual o gerador começa a produzir, é fixada em 3 m/s. Esta velocidade
é denominada de velocidade de corte (Vcut-in ). E a velocidade máxima do vento foi fixada
em 17 m/s. Velocidades acima deste limite podem comprometer a estrutura da
turbina, causando graves danos à turbina e ao gerador. Aqui na nossa região
raramente temos ventos acima de 10 m/s. Para manter a velocidade do gerador
dentro da amplitude de segurança é necessário implementar um sistema de freios
para impedir que a velocidade da turbina extrapole a faixa de segurança. Na minha região a cidade de Manaus, o vento
varia dentro de uma faixa de 1 m/s até 5 m/s. A média anual varia de 3 a 3,5
m/s. Conhecendo- se a velocidade média do vento, podemos calcular as dimensões
da turbina:
Existe uma relação matemática entre a velocidade da ponta da pá
da turbina e a velocidade do vento que está incidindo sobre a pá, denominada
TSR (Tip Speed Ratio) expressa pela letra grega lambda (λ). TSR é um número adimensional
e está relacionado ao número de pás da turbina:
Número de pás
|
TSR
|
2
|
6
|
3
|
5
|
4
|
4
|
A grande maioria das turbinas que tenho observado é construída
com 3 pás. Então vamos adotar TSR=5. É claro que os valores da tabela acima são
aproximados, mas em termos práticos as diferenças em relação a valores
calculados em laboratório são mínimas e não interfere de forma significativa no
resultado dos nossos cálculos. Então conhecendo a velocidade do vento e o TSR,
posso calcular a velocidade angular da turbina:
Com um vento de 3,5 m/s a turbina terá uma velocidade angular de
42 RPM. E na sua região qual é a velocidade média anual do vento? Veja no atlas
eólico de sua região e refaça os cálculos. Aqui na minha cidade a velocidade
média do vento é tão fraca que não tenho certeza se 42 RPM serão suficientes
para gerar os 680 Wh da demanda de consumo. No próximo post veremos.
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